O Fab Lab Cidadania Cajuru, laboratório de fabricação digital e prototipagem da Prefeitura que atende gratuitamente a população, recebeu uma turma especial nesta quarta-feira (22/6). São estudantes da rede municipal de ensino com altas habilidades que participaram de uma oficina maker. Essa foi a segunda visita do grupo ao local.
Usando metal, pilhas, baterias e pequenos motores, que foram retirados de equipamentos eletrônicos descartados, como impressoras e DVDs, os estudantes criaram circuitos elétricos.
Antes, ouviram atentos à história de Lua, uma coelhinha que tem uma luz na barriga, principal personagem do livro Lino, de André Neves. A personagem foi reproduzida em uma impressora 3D, o que permitiu que os estudantes pudessem pegar e acender a luz do boneco usando pilhas e fios.
“Eu fiquei com um pouco de medo de errar os lados negativo e positivo, mas no fim deu certo”, contou Pedro Gomes Rocha, 6 anos, do 1º ano da Escola Municipal Irati, o primeiro a desenvolver a atividade.
Esta foi a segunda visita do menino ao Fab Lab e ele já tem planos de desenvolver um projeto no laboratório, a criação de um foguete de brinquedo. “Eu acho que vai ser um pouco difícil, mas eu quero fazer”, comentou.
Victor Gouveia de Souza, 10 anos, do 5º ano da escola Irati, também quer desenvolver algum projeto no Fab Lab. “Mas eu ainda não sei o que vou fazer porque tenho muitas ideias”, contou. Victor disse que gosta de ir ao laboratório porque lá encontra muitas coisas que vê em um canal de robótica que acompanha na internet.
Interessado em tecnologia, Victor faz jogos usando o Scratch, ferramenta de aprendizado em programação para crianças que provoca reação em cadeia e permite que os personagens se movam.
Grupo animado
Além de Pedro e Victor, outros sete estudantes, de 6 a 11 anos, participaram da oficina maker realizada pela manhã. À tarde uma segunda turma repetirá a atividade. Eles são estudantes de várias escolas da Regional Cajuru e participam da Sala de Recursos de Altas Habilidades/Superdotação do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado (CMAEE) Iva de Abreu Costa e Silva.
Na primeira visita que fizeram ao Fab Lab, em maio, o grupo fez uma catapulta, mecanismo que usa uma espécie de colher para lançar um objeto a uma certa distância, além de conhecer o laboratório e seus equipamentos, sob a orientação do gerente da unidade, Cleverson Fuzeti.
Novos projetos
Durante a oficina, os estudantes viram também um carrinho e um dinossauro que se movem, construídos com frascos de remédios, tampas de garrafas plásticas e rolo de papel higiênico.
“Queremos mostrar as possibilidades que eles terão em novos projetos que poderão ser desenvolvidos em sala”, comentou Marily Chaves Orsolon, professora responsável pelo Espaço Maker do Farol do Saber Emiliano Perneta.
Marily coordenou a oficina com os estudantes, ao lado de Juliana Alves Brungari Raffaelli, responsável pelo Espaço Maker do Farol do Saber Samuel Chamecki.
A oficina maker faz parte das atividades de enriquecimento curricular e tem a expectativa de desenvolver habilidades e conhecimento científico nos estudantes, explicou a diretora da CMAEE Iva de Abreu Costa e Silva, Elda Cristiane Bissi. A ideia é que a atividade seja realizada mensalmente.
Elda acompanhou o grupo junto com a professora da Sala de Recursos e Altas Habilidades/Superdotação, Maria Solyneide Alencar.
Estrutura
A rede municipal de ensino de Curitiba oferece, desde fevereiro, 20 salas de recursos para atendimento de crianças e estudantes com altas habilidades/superdotação nos CMAEEs das dez regionais.
O atendimento educacional especializado é realizado no contraturno escolar e está disponível nas unidades da rede de manhã e de tarde.
Os CMAEEs realizam avaliação psicopedagógica e atendimento especializado para crianças e estudantes matriculados em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e escolas do Ensino Fundamental com Deficiência, Transtorno Global do Desenvolvimento (autismo), Altas Habilidades/Superdotação e Transtornos Funcionais Específicos de aprendizagem (dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA) na área pedagógica. Também prestam atendimento nas áreas visual, auditiva e estimulação essencial.
Esses centros ofertam atendimento educacional especializado para desenvolver habilidades cognitivas e sensoriais como atenção, concentração, memória, classificação, conservação, entre outras.
Fonte: Comunicação FAS