Menos de um mês depois de concluir o curso de Cuidador de Idoso, oferecido gratuitamente pela Prefeitura em parceria com a Faculdade Senac, Márcia Aparecida da Silva Santos, 44 anos, finalmente vai voltar ao mercado de trabalho.
A partir do dia 3 de novembro, ela começa a trabalhar em uma conhecida casa de repouso de Curitiba. A tão sonhada vaga chega depois de nove anos de desemprego, desde 2012, quando embarcou de São Paulo para Curitiba acompanhando o marido, que veio procurar o pai que não conhecia.
“Tudo está sendo maravilhoso, consegui um emprego e com o dinheiro que vou receber vou poder terminar meus estudos e ajudar nas despesas da minha família”, conta a cuidadora, mãe de seis filhos. Antes da pandemia, Márcia fazia curso de Auxiliar de Enfermagem em um colégio público da capital, mas as aulas foram suspensas em função da covid-19.
Curso-piloto
Márcia fez parte da turma-piloto do curso Cuidador de Idoso, oferecido pelo Programa Liceu de Ofícios de 2 de agosto a 1 de outubro, na sede do Senac, no Centro de Curitiba. Ela conta que logo que terminou o curso distribuiu cinco currículos e em menos de um mês acabou chamada por todas as empresas. “Pude escolher em qual lugar eu quero trabalhar”, diz.
Ela foi encaminhada para o curso pela equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Bom Menino, na Regional Santa Felicidade, onde é atendida desde 2013.
“Se não fosse eles eu não teria conseguido essa vaga de estudo”, diz agradecida, ao falar da importância do Cras na vida dela e de toda a família. Na unidade coordenada pela Fundação de Ação Social (FAS), Márcia acessa vários serviços e benefícios da assistência social, como vale-transporte, cesta básica ou crédito para compra de produtos nos Armazéns da Família, além de ter recebido ajuda para documentação.
Antes da pandemia, alguns dos filhos de Márcia - que hoje têm de 22 a 9 anos de idade - também participavam do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para crianças e adolescentes.
Persistência
A coordenadora do Cras Bom Menino, Ana Caroline Wendland, diz que Márcia é esforçada e dedicada e soube aproveitar a oportunidade que recebeu. Márcia contou parte de sua experiência para participantes da segunda turma do curso Cuidador de Idoso, que está acontecendo no Senac.
Ao incentivar os alunos, falou sobre as dificuldades que enfrentou. “Eu moro longe, muitas vezes vim cansada para as aulas, mas tudo valeu a pena.” A contaminação do marido e de uma das filhas pelo novo coronavírus também quase fizeram Márcia desistir do curso.
Trabalho conjunto
Para a supervisora do Núcleo da FAS na Regional Santa Felicidade, Maristela Dumas, Márcia é um caso de sucesso por sua determinação e também pelo resultado do trabalho conjunto das políticas de Assistência Social e do Trabalho e Emprego realizado pelas equipes da FAS e que inclui oportunidades de qualificação profissional.
O diretor de Relações do Trabalho da FAS, Adriano Benedito Laurindo, explica que o curso Cuidador de Idoso faz parte do projeto de retomada das aulas de qualificação profissional do programa Liceu de Ofícios, que ficaram suspensas por causa da pandemia. Desde que foi lançado, em 1993, o programa formou quase 1 milhão de pessoas.
O curso é financiado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI), por meio do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (FMPI), que recebe recursos da destinação de parte do Imposto de Renda devido por pessoas físicas e jurídicas.
Trabalho regulamentado
A atividade de Cuidador de Pessoa Idosa foi recentemente classificada como ocupação pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e passou a constar na tabela da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Veja aqui.
Fonte: Comunicação Social