O aprimoramento da gestão e a qualificação do atendimento ofertado à população foram os principais focos da Fundação de Ação Social (FAS) em 2019. Durante todo o ano, a instituição – responsável pelas políticas da assistência social e do trabalho e emprego no município – investiu na melhoria de unidades, capacitou servidores e reorganizou fluxos de trabalho com a rede de atendimento, além de rever valores pagos para a execução de serviços.
Mais do que tornar a FAS cada vez mais eficiente, o trabalho buscou a promoção de direitos das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade e risco social e a transformação da realidade de cada uma delas. A qualificação profissional e a promoção de mutirões de serviços, que contam com várias parcerias, foram alguns dos instrumentos usados para essa mudança.
Em três anos de gestão, a área social recebeu mais de R$ 300 milhões de investimentos feitos pela Prefeitura de Curitiba.
Reformas e entregas
Entre os destaques, estão a construção de novos prédios de dois Centros de Referência da Assistência Social (Cras), o Bairro Alto e o Monteiro Lobato, localizados nas regionais Boa Vista e Tatuquara.
Três Cras foram reformados. O Vila Verde, na Regional CIC, teve espaços revitalizados e passou a contar inclusive com uma nova quadra de esportes, usada principalmente pelas crianças e por adolescentes. A obra atendeu a um pedido do adolescente Gabriel Bastos.
Receberam melhorias também os Cras São Braz, na Regional Santa Felicidade, e o Madre Tereza, na Regional Bairro Novo.
A Casa do Piá III, que acolhe adolescentes de 14 a 16 anos, passou por uma ampla reforma, com adaptação dos banheiros, cozinha, quartos, salas, calçadas e rampas de acessibilidade.
Mais proteção
Uma novidade foi a implantação do programa Família Acolhedora, para crianças e adolescentes afastados das famílias por medidas de proteção. O acolhimento provisório em ambiente familiar, proposto pelo programa, prioriza o atendimento individualizado até que a criança ou adolescente possa retornar para a família de origem ou encaminhado para a adoção.
A Prefeitura também reajustou em 40% o valor pago à Rede de Instituições de Acolhimento de Curitiba e Região Metropolitana (RIA) para acolhimento de crianças e adolescentes. O valor que estava congelado desde 2015 saltou de R$ 1.282,60 para R$ 1.867,38 (casa lar) e R$ 2.000,00 (abrigos), depois de dois aumentos concedidos na atual gestão.
Para a proteção de idosos, a FAS ampliou o atendimento em dez vagas para centro-dia e 24 vagas de abrigo para pessoas idosas em situação de rua.
Atenção com famílias
Curitiba foi também a primeira cidade a implantar o programa Futuro na Mão, criado pelo Ministério da Cidadania para ensinar educação financeira às famílias.
Para atender a população em situação de rua, um dos principais focos da gestão, a FAS inaugurou a Central de Encaminhamento Social 24 Horas, que oferta serviço de abordagem social e atendimento técnico.
Pelo terceiro ano consecutivo, foi desenvolvida a Ação Inverno – Curitiba que Acolhe, que intensifica o atendimento à população em situação de rua nos dias mais frios do ano. De maio a setembro, foram realizados 54.382 acolhimentos. O trabalho contou com a participação de 133 voluntários.
A Campanha Doe a Boa, de arrecadação de roupas e cobertores, tinha a meta de arrecadar 100 mil peças de roupa. Recebeu 234.922 peças. O número de doações beneficiou milhares de pessoas.
Muitas pessoas também foram atendidas no Mutirão Social Curitiba que Não Dorme, destinado à população de rua. Com a participação cada vez maior de parceiros, a ação foi ampliada e, além de serviços da Prefeitura - nas áreas da assistência social, saúde, cultura, defesa social, esporte e direitos humanos -, passou a oferecer corte de cabelo, atendimento odontológico e jurídico, alimentação, óculos e kits de higiene pessoal.
Em 2019, foram feitos 11.933 atendimentos em oito mutirões. Uma das pessoas atendidas pela ação foi o baiano Edvaldo Sousa Diogo, 38 anos, que a chegou a Curitiba em março. Na época ele viveu 15 dias nas ruas da capital, mas foi acolhido em uma comunidade terapêutica.
“Fui ao mutirão em busca de um almoço e acabei encontrando pessoas abençoadas. Conversando com elas, decidi buscar um tratamento, agarrei a oportunidade. Meu pensamento hoje é outro”, contou o homem que se tornou voluntário na ação.
Qualificação profissional e inovação
Na área do Trabalho e Emprego, houve a ampliação de parcerias para desenvolvimento de ações de qualificação profissional, a criação do programa de Formação pra o Primeiro Emprego (PPE), ampliação de vagas e cursos nos Liceus de Ofícios e a implantação de unidades móveis dos Liceus de Ofícios e Inovação e do FabLab Cidadania Cajuru.
São ações que auxiliaram muitas pessoas em vulnerabilidade social, inclusive em situação de rua, a se capacitar e entrar no mercado de trabalho.
Com o apoio de dez parceiros, a FAS Trabalho ofereceu 151 cursos diferentes em 2019, com 26.748 vagas gratuitas. Quase 3.200 delas foram ofertadas exclusivamente para pessoas em situação de rua, em cursos que aconteceram em unidades de atendimento da assistência social, como os Centros Pop.
Os cursos foram promovidos com recursos próprios e por meio de parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social da Indústria (Sesi), Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Electrolux, Aeroclube do Paraná, Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac), Js-Group, Mandaji Consultoria Hoteleira, Muda Eletrônica e Instituto Robert Bosch.
Em três anos, chega a aproximadamente 74 mil o número de vagas de qualificação profissional.
A aposentada Sônia Fontana foi uma das alunas dos cursos gratuitos ofertados pela Prefeitura. Ele fez aulas de panificação em uma das unidades móveis do Liceu de Ofícios e Inovação, quando o projeto foi lançado em março, no Boqueirão.
“Fiquei felicíssima por ter participado. Eu precisava muito disso e era um sonho de infância”, disse ela, que sofria com depressão.
“Desde criança eu sempre cozinhei e nunca tive a chance de fazer um curso. Hoje tenho esta conquista aos 77 anos.”
Além do curso de panificação, as unidades itinerantes ofertam cursos de mecânica de motocicletas e costura.
Assim como investe na qualificação profissional, a FAS busca inserir as pessoas no mercado de trabalho. Os adolescentes, que enfrentam dificuldades para conseguir o primeiro emprego, receberam atenção especial.
Para esse público, a FAS criou o programa Formação para o Primeiro Emprego (PPE), que capacitou 1.000 jovens, de 14 a 17 anos, para o mercado de trabalho.
Paralelamente, firmou parceria com o Ministério Público do Trabalho no Paraná para incentivar a contratação dos jovens, prevista na Lei Federal 10.097/2000 – Lei da Aprendizagem.
Além disso, um chamamento público foi aberto para contratação de 510 adolescentes como aprendizes por cota, modalidade que permite a contratação por empresas que não têm condições de receber os adolescentes em seus ambientes de trabalho.
Desde janeiro trabalhando na FAS, Jeferson Martins Leal dos Santos, 16 anos, está feliz com o emprego, o primeiro com carteira assinada. “Assim posso ajudar em casa porque tenho a certeza que no fim do mês vou receber e poder pagar as contas”, comentou.
Com a mãe e duas irmãs desempregadas, Jeferson divide com a avó, aposentada, as despesas da família. Estudante do segundo ano do ensino médio, ele pensa em fazer arquitetura ou seguir a carreira militar.
Encaminhamento ao mercado
Todos os dias, centenas de pessoas procuram os postos municipais do Sistema Nacional de Emprego (Sine), localizados nas Ruas da Cidadania e no Centro, em busca, principalmente de uma vaga de emprego. De janeiro a outubro, foram 136.779 atendimentos.
No mesmo período, 37.286 pessoas solicitaram a carteira de trabalho e 28.455 a habilitação para o seguro-desemprego.
Além dos trabalhadores, a FAS atende empresários que buscam profissionais. Em dez meses, 52 empresas usaram os Sines para 173 processos seletivos, com 5.615 pessoas atendidas.
FAS em números
- R$ 300 milhões investidos na área social em 3 anos;
- Novos prédios dos Cras Bairro Alto e Monteiro Lobato;
- Reformas nos Cras Vila Verde, São Braz e Madre Tereza e na Casa do Piá III;
- Reajuste de 40% no valor pago à Rede de Instituições de Acolhimento de Curitiba e Região Metropolitana (RIA);
- Mais 10 vagas para centro-dia e 24 vagas de abrigo para pessoas idosas;
- Ação Inverno – Curitiba que Acolhe fez 54.382 atendimentos;
- Campanha Doe a Boa recebeu 234.922 peças;
- Mutirão Social Curitiba que Não Dorme fez 11.933 atendimentos;
- FAS Trabalho ofereceu 151 cursos com 26.748 vagas gratuitas;
- Programa Formação para o Primeiro Emprego capacitou 1.000 jovens;
- Sine das Ruas da Cidadania fizeram 136.779 atendimentos;
- 37.286 pessoas solicitaram a Carteira de Trabalho;
- 28.455 entraram com pedido de seguro-desemprego;
- 52 empresas usaram o Sine para 173 processos seletivos.